O AMOR ETERNO

A saudade é um tempo perdido no divã

É leite derramado

Sentirei falta de você quando você não estiver comigo amanhã

Pois hoje nada me leva até você se não o que é passado...

É como um livro lido e deixado de lado

Conheço tudo que as letras em pegadas

Me levaram até o final sem ser determinado...

Mais depois disso a outra parte do livro

Não escrito eu mesmo tenho que fazer

Andando por um caminho sem volta num campo minado

Cuja folha que o vento derruba da árvore

Jamais volta pra ela novamente depois de havê-la tombado

Qual a caça cujo caçador espreita

Mais mal sabe ele que desta vez ele é a presa

Como água controlada pela represa

Que lhe admira ao mesmo tempo que a rejeita...

E o tempo ao invés de aquarela tudo amarela

E tudo se revela no abandono da escuridão

Quando estamos sós a sombra ri da gente

Como hienas causticantes quando caçam

A nossa carne e as vemos comerem

Como vermes na decomposição do cadáver

Sem nada poder fazer a não ser sentindo a nossa dor

Dizer a elas que na cadeia alimentar

Um dia é da caça e no outro é do caçador

Assim vamos nos transformando dentro de uns

E dentro de outros cuja escuridão é tão profunda

Cuja profundeza dos mares jamais alcança a luz

Assim é que fizeram com nosso Mestre Jesus

Lhes quiseram tirar o oceano de um momento

Cujo lenimento era o nascimento dentro do ventre

De sua mãe Maria que trazia em sua placenta

Todas as águas primordiais e ainda assim

Eis o rio da fé se unindo com o da verdade

Ele dentro dela lhes oferecia o céu da eternidade...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 06/05/2021
Reeditado em 06/05/2021
Código do texto: T7249186
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