Recriando mares e luas
Uma lua lindamente disfarçada,
estranha lua,
beijou-me os olhos com o luar
diante de um poema
que fiz para um mar ciumento
que se jogava sobre penedos tristes
com seus versos violentos
afastando os meus.
E eu, poeta multicor,
versejei minha dor
nas águas vivas do que sou...
profundas águas rebebidas,
todas minhas,
nada meu,
tudo teu
onde nós somos nós nos versos!
E refiz a lua
e refiz o mar
e declamei um último verso à praia
e vi a outra lua naufragar
no outro mar que fiz e a declamar
amando oceanicamente
firmamentos distantes,
da poesia, amantes
de mim..., apenas um versejar.