DÍVIDAS AMOROSAS

Estou endividado.

Fui fazer as contas,

eis que se anunciam os prejuízos.

Só de abraços, devo uns seiscentos.

Não que tenha me esquecido ou negado...

Esse negócio de ficar longe, toque de mão,

os braços, tão sábios, perderam a razão...

Beijos?

Nem pensar...

Esses lábios lindos, que viviam sorrindo,

só servem para esconder os dentes,

se abrem quando as palavras escapam,

chego a dizer, estão com uma cor diferente,

estão parecendo courvin, ou então, napa...

Chegar junto?

Banho, sozinho...

Sono, sozinho...

Arfar, sozinho...

Frisson, sozinho...

Ando desconfiado que vai demorar

pra sair do labirinto, desse mundinho...