Segundos

Ás vezes eu paro.

Fico olhando a pressa do tempo

Numa frenética e incessante busca

De voltar ao início.

E assim ele vai se somando

Nos ponteiros, nas cordas

Vai pelo novelo macio

Onde as horas são tecidas

Bonitas

Então volto meus pensamentos

Reunindo tantas vontades

Consumidas pelos medos

Engavetadas num canto

Esquecidas

Ainda sinto o mesmo

Tipo de frio na espinha

No passo que não dei

No grito que não sei

E nunca aprendi

Arrependido

Descubro então

O que reúne todos esses pecados

Em pilhas de nãos.

Todos eles foram cometidos

Nos mesmos segundos

Áqueles durante a hesitação.