VAGA-LUME

Há uma luz vaga,

No brilho do vaga-lume,

Que me questiona e indaga,

Sobre sua origem e costume.

O vaga-lume naufraga,

Na imensidão escura como betume,

Oferece o seu acende-apaga,

Pelo seu diminuto brilho e lume.

Fere-me os olhos como adaga,

Os feixes de luz de vários gumes,

Depois suavemente sua luz afaga,

Quando paira no ar os seus queixumes.

E o vaga-lume sozinho vaga,

Pela note de completo negrume,

Quando há luar, a luz dele estraga,

Quando não há, apenas a sua faz volume.

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