VAGA-LUME
Há uma luz vaga,
No brilho do vaga-lume,
Que me questiona e indaga,
Sobre sua origem e costume.
O vaga-lume naufraga,
Na imensidão escura como betume,
Oferece o seu acende-apaga,
Pelo seu diminuto brilho e lume.
Fere-me os olhos como adaga,
Os feixes de luz de vários gumes,
Depois suavemente sua luz afaga,
Quando paira no ar os seus queixumes.
E o vaga-lume sozinho vaga,
Pela note de completo negrume,
Quando há luar, a luz dele estraga,
Quando não há, apenas a sua faz volume.
1.980