Um Anjo crescido

Um Anjo crescido

Acrescido de asas

Sentou-se a beira da minha cama,

E me falou, sobressaltado:

- Levanta que já é madrugada,

Dissipa-se o orvalho!

Eu, incrédula

Observei seus olhos

Amendoadamente cor- de- mel

E perguntei entusiasmada

Se ele caíra do Céu.

Mas ao invés de falar

Ele sorriu, gentilmente,

E mirou ofegante

A janela distante

Do meu aposento dormente.

- Levanta, já é madrugada!

Dissipa-se o orvalho!

Mira que lá fora ao léu

Aguarda-te o amado.

Ansioso por tê-la,

A caminhar ao teu lado.

Assim sussurrando

Um tanto mais calmo

Arrebatou-se o Anjo

Do meu prédio ao alto.

Deixou-me sentada

Com o meu melhor sorriso,

Respirando calor,

Sussurrando e sentindo:

“- Estou indo meu amor

Antes que o orvalho dissipe

desejo meu corpo

Contigo.”

E sem asas, parti,

Pelos teus caminhos notívagos.