Amor de primavera

O vento sopra, o tempo para

O coração cansado dispara

Quase como se fosse a primeira vez

Um mar de dúvidas, uma poça de certezas

Um encontro em poucas cores entre duas naturezas

Quase predestinado pela inconstante estação

Com passos curtos, com clima manso

Sob a chuva suave eu descanso

Como se nunca mais fosse chover outra vez

Por que desejaria outra chuva?

É tão necessária a tempestade?

As nossas trilhas caem bem como uma luva

Nossas conversas remontam toda a realidade

E mesmo que acabe por ir embora

O lugar que te fiz vai estar para sempre lá

Não ligaria de te acompanhar ao lado de fora

Mesmo que fosse a última alma a receber ali um lugar

Não existe no céu nenhum astro que se compare à sua figura

Ou na terra fenômeno que traga tanta inspiração

Aprecio enquanto posso, a chuva que não sei o quanto dura

Com a certeza de que no final, sentirei apenas gratidão

Um Boldo
Enviado por Um Boldo em 21/04/2021
Reeditado em 22/04/2021
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