Amor de primavera
O vento sopra, o tempo para
O coração cansado dispara
Quase como se fosse a primeira vez
Um mar de dúvidas, uma poça de certezas
Um encontro em poucas cores entre duas naturezas
Quase predestinado pela inconstante estação
Com passos curtos, com clima manso
Sob a chuva suave eu descanso
Como se nunca mais fosse chover outra vez
Por que desejaria outra chuva?
É tão necessária a tempestade?
As nossas trilhas caem bem como uma luva
Nossas conversas remontam toda a realidade
E mesmo que acabe por ir embora
O lugar que te fiz vai estar para sempre lá
Não ligaria de te acompanhar ao lado de fora
Mesmo que fosse a última alma a receber ali um lugar
Não existe no céu nenhum astro que se compare à sua figura
Ou na terra fenômeno que traga tanta inspiração
Aprecio enquanto posso, a chuva que não sei o quanto dura
Com a certeza de que no final, sentirei apenas gratidão