FASCÍNIO
FASCÍNIO
Andrade Jorge
Quando olho pra você
seu olhar me deslumbra,
tem toque de magia no ar,
e nesse encontro das retinas,
meu olhar o amor vislumbra,
é poesia que não se lê,
cega-me a visão e então,
percebo: estou perdido em você.
Quando olho pra você
vejo o sol refletindo a lua
faiscando a chama desse olhar que ama,
assim desnudo-a, desnuda-me, arde
queimam meus cristais congelando-a nua,
invado-a, invade-me sem pudor, sem alarde,
olhares que se fundem: eu e você, nós
olhar uno revelando fascínio
que dispensa o som da voz.
agosto/2005