A mestra e o operário
A mestra e o operário
Entrelaçaram suas línguas
A dela era de vernáculo
A dele de dialeto próprio.
Construíram um vocabulário
Que já era velho
Mas funcionava bem
A palavra regente era “amor”.
E sua história fluiu num rio manso
Intercambiando displicências
Trazendo sentido ao verbete
Sem competições que condenam.
Seguiram felizes lambendo
As palavras com significado
Desprezando as minudências
Que fragmentam vaidades.
O casal frutificou e se fortaleceu
A flor do lácio não os separou
Outrossim os igualando
Outro não os fez nenhum favor!
Felizes para sempre
Enquanto o sempre durar
Enquanto a palavra for gentileza
E sem competições que os estraguem.