Poema 0525 - Saudade

Volta o vento contra a tal tempestade,

saudade não é prova de amor,

é lenha verde que falta no topo da árvore,

como o calor que pára no corpo antes da alma.

O grito é ouvido ao longe na estrada,

sou solidão que escurece com a tarde de chuva,

a terra que resseca sem o rio que corre fundo,

as horas que alongam os dias sem paixão.

Meu olhar está inquieto no canto do olho,

não é um lamento, é a saudade que volta...

como folhas que voam ressecadas,

estou me desfazendo em pedaços pelo caminho.

Tingirei as noites de dias muito claros,

um céu limpo, sem sol e com estrelas,

a lua deixo-a sobre uma tal cabeça de amante,

até que fique imortal, como o meu amor.

Escrevo uma saudade que não dói como saudade,

não falta seu corpo na minha alma,

bem antes tenho minha alma em seu corpo,

tudo seu e meu misturados um em cada amor.

16/11/2005

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 16/11/2005
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