O mar, morada dos meus amores

Cada beijo uma história de amor (reedição)

E se nos encontrássemos novamente
Naquele lugar em que nos beijamos a primeira vez
Numa tarde com o sol a se esconder no crepúsculo
Lembras das gaivotas que cruzavam o céu em voos
Rasantes por sobre as ondas do mar?

Observávamos um pequeno barco de pesca em sua
Luta contra a maré baixa para adentrar no canal
Desafiadoramente os golfinhos acompanhavam ao
Barco, como companheiros de jornada

Distraímo-nos com a vitória dos pescadores e dos
Golfinhos, com a sombra do barco saindo do mar rio acima.

Inesperadamente, nos demos já pelo frio da noite a nos envolver e encolher
Sussurraste que estava gelada e eu te abracei
Desajeitadamente não querendo te assustar

Caminhamos em silêncio praia afora
Um pouco prazeirosos
Um pouco constrangidos pelo contato físico.

Subimos o pequeno aclive do molhe
Que nos levava à rua principal.

De repente, olhastes para trás
E com um pequeno grito me despertaste
Pensamentos de amor já se formavam em minha mente:

- A lua! Olha que enorme!, quanto brilho!, quanta beleza!

Realmente, uma lua grandiosa!,
Um brilho estonteante!
Refletido num mar que parecia morada dos deuses

Aquele momento inundou também os nossos corações
De amor, de desejo, de calor, de vida
O teu corpo tremia, os teus olhos brilhavam e eu, estremecia...

Como num jogo de sedução
Os nossos olhos se cruzavam a todo o momento
Refletíamos o brilho do luar, o brilho das estrelas, as vagas do mar.

A brisa nos aproximou mais ainda...
O teu calor me deixava alheio ao tempo
Os teus olhos faiscavam
A tua boca me dizia palavras inaudíveis pelo quebrantar das ondas
Os teus cabelos soltos 
O tu hálito quente...

Mergulhei em teus lábios e nos beijamos

Foram minutos eternos
Respiração arfante
imersões profundas
Pequenas mordidas
Pequenos apertos,
Roçares de língua
Um lábio deslizando sobre o outro
Falta de ar
Bocas absorvidas com sofreguidão
Com carinho
Com delicadeza
Com amor.

..................................
Em certa noites volto naquela beira-mar, para admirar a lua cheia e como ela e o mar puderam maravilhosamente nos moldar e emoldurar numa só imagem.

Os corpos se vão, mas o amor persiste, não parte. 
Robertson
Enviado por Robertson em 12/04/2021
Reeditado em 14/04/2021
Código do texto: T7230458
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