Cadeira Amarela
Para me ouvir, os pássaros calaram-se
Diante do espelho recitei
Calmamente falei palavras
Que estavam emperradas
Ondas sonoras de tristezas eternas
Adentraram em minha mente
Canalizando a serpente que
Engolia meu orgulho
Sentei em uma cadeira amarela
Chorei por várias primaveras
Maltratei meu coração
Como se nada tivesse razão
Fui atrás daquela solidão
Que um dia atracou no meu peito
Sem motivos de cair no berço
Do amamentamento tardio
Pousei numa terra distante
Chamada ratificação
Tive a honra de contemplar
Todas as minhas participações
Lá o céu era nebuloso
As pessoas apressadas
O trem já estava soltando fumaça
Oh, pressa arretada
Bati em todas as portas procurando você
A única lembrança era o sorriso
De menino infantil que rir por
Besteira, hostilizada por um imbecil
Todas as horas não foram suficientes
Acordei do pesadelo mais precioso
Meu coração estava acelerado
Consegui ver teu sorriso de novo
E tentei mais uma vez dormir
Não obtive sucesso, o pesadelo tinha morrido
Junto com as notícias que tinha de você
Guardadas dentro de mim.