Amores perdidos
São amores no tempo perdidos,
Esquecidos talvez na mesma aurora,
Dormindo, na mesma lâmpada macia,
Na mesma chuva, na mesma era,
No mesmo sol de verão a espera
Para renascer em outros corações
São caricias perdidas, bem como
A agua no corpo do aluvião
Como as folhas vagando ao leu,
Como uma só andorinha
Ao entardecer voando no céu.
São caricias perdidas, bem como as lágrimas,
Nascidas no fundo dos olhos...
Que rolando da face pingam no chão
Como a imortalidade e o passageiro,
A felicidade e o lamento, vindos da alegria
E descontentamento.
São caricias perdidas... Ai quem me dera
Numa infindável primavera
Pudesse sintonizar-me com estas caricias.
Juntá-las aos dissabores da vida esquecida
Na árvore verde e crescida, a doce magia do amor!