Presença

Para descrever o sabor vermelho dos morangos,

em silêncio,

percorro as sombras do cômodo.

Insone, à meia luz, percebo teu corpo.

Humano, despido,

insatisfeito.

ignorante do teu sonho,

busco a paz que deleitas,

estou imerso nesta degustação lírico-pecaminosa

Tornei-me paladino e mago na poética inventada por ti.

Quão matre está a noite que te deitou

nos braços do Orpheu?

Livre da agonia titânica do Chronos,

senhor do tempo em um templo onde não há Deus.

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