Olhos inundados
Meu coração desolado ficou
Fui insensível, quando a minha dor pelo teclado passou.
Mostrei-te as feridas, expus minhas mazelas e você se assustou...
E aqui madrugada afora, olhos inundados, meu coração se afogou.
No mar de incertezas, no silêncio gritante, num choro descompassado a alma se esvaiu.
Fiquei em frangalhos, na fala gritada, no eco, o barulho que deu.
E ainda agora, o pranto mancha a tinta do que a dor escreveu.
Queria seu abraço, seu olhar, seu aconchego,
seu som, sua melodia, sua canção,
seu suspiro, seu sorriso, seu tom...
Procuro um rastro, uma resposta...
mas não encontro nada,
Só um vazio que em mim grita,
onde está você....
Ana Lú Portes
Juiz de Fora, 24 de fevereiro, 2021