MOTIM
Você me desperta cada vez que acerta seu tiro sem bala, fala,
Como se não soubesse que esta história mal começou, caçou
Assunto e os lábios de tão perto, acabaram abertos, grudados
E aconchegados na boca mais próxima, por sorte era a minha.
O receio de seios amotinados não se conteve à primeira visita,
Mãos demasiadamente rápidas e intrépidas, acertaram o alvo,
Salvo engano, não foram molestadas, entusiasmadas abriram
Botões e travas, as cavas desalojadas chamaram para a festa.
Fim dos limites, dos palpites, se era momento para sobriedade,
A maldade não escolhe ocasião, não perde posição, é encaixe
Perfeito de pernas que se roçam instintivamente e se prendem
Num laço fatal, total comunhão, união de sorte e oportunidade.
Não há troca de gentilezas, caçadores e as presas se revezam
E não cedem a qualquer pedido de clemência, a benevolência
Pediu licença e teima em se fazer de surda, absurda condição,
Restaram acessos de loucura, a procura insana por mais ação.
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