Sereia

Eu a vi nas águas

Com claros faróis

Apontando-me

O destino revés

De faroleira

A navegante.

Pois que atraída

Pelos marulhos

Rendo-me

Às ondas

Da voz doce

Que inebria

O convés.

De leme perdida

Espera-me

O iminente

Naufrágio.

E mergulhar

Ao encontro teu

Sereia sorridente.

Cúmplice da morte

E do avesso do mar

Quando no profundo

Demoro-me em ti

Lento a-mar.

Salvo a exceção

Da minha sorte

Se transformar

Em espelhos d’água

Onde eu lá

Já te teria

Em constante

Superfície.

Águas ter-mais.

Temais marujos

Até mais

Porque da mesma forma

Se configura em ópio.

Um paradoxo

Que não se constitui

Para ser resolvido.

Sendo assim

Ora vida, ora morte

Reflexos inesperados

De inconstantes

Estados

De paixão.

Van Oliveira
Enviado por Van Oliveira em 04/04/2021
Código do texto: T7223998
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