Sereia
Eu a vi nas águas
Com claros faróis
Apontando-me
O destino revés
De faroleira
A navegante.
Pois que atraída
Pelos marulhos
Rendo-me
Às ondas
Da voz doce
Que inebria
O convés.
De leme perdida
Espera-me
O iminente
Naufrágio.
E mergulhar
Ao encontro teu
Sereia sorridente.
Cúmplice da morte
E do avesso do mar
Quando no profundo
Demoro-me em ti
Lento a-mar.
Salvo a exceção
Da minha sorte
Se transformar
Em espelhos d’água
Onde eu lá
Já te teria
Em constante
Superfície.
Águas ter-mais.
Temais marujos
Até mais
Porque da mesma forma
Se configura em ópio.
Um paradoxo
Que não se constitui
Para ser resolvido.
Sendo assim
Ora vida, ora morte
Reflexos inesperados
De inconstantes
Estados
De paixão.