Amar aos sessenta
Hoje nesta tarde que venta
vi o quanto me pesa amar,
mesmo que tivesse trinta,
pois ouviria: aguenta.
Rgo ao céu o seu olhar;
é como tirar, a braço, o mar.
Sinto meu fôlego acabrunhar.
O porquê dessa fadiga? Amar.
Já sinto o peso da saudade
hoje nesta tarde que venta.
Sinto meu fôlego acabrunhar,
pois meu coração não se acalenta.
Mesmo que ostentasse trinta,
pesaria-me tirar a braço, o mar,
pois o peso da saudade é forte,
nesta tarde que venta.
Hoje tiro, a braço, o mar.
E na derrota, a fadiga se assanhar...
Sei o quanto me pesa n'alma
por um ser e um amor, m'enlevar.
Ja rogo ao céu poder te amar.
Já não tiro a braco, o mar.
Já não suporto a tarde que venta.
....acho que fiz sessenta!
Paulo Acácio.
Belo Horizonte, Outubro de 2018.