olhos alcoólicos
O sol dos meus olhos dentro do coração,
Reveste de platina as aparências,
Mumifica a Iris das imagens
Sou ainda menino dos sonhos
macios e das miragens
À noite graúna fomenta os destilados diurnos,
Fragmenta as paisagens cubistas deterioradas
Meu sangue ferve sobre a alcova decapitada,
Os alforjes alimentam de pratas e ouro o desejo
Da puta sôfrega do cabaré, bem lapidada
Os poemas morrem afogados na falta de respiração,
Os sonos tropeçam nos faxes do dia sulfuroso,
Descalço as alpargatas de tiras e mentiras
Ando no limiar da minha imaginações