Memórias de Taperapuan

Lembro-me com clareza

De uma noite; Taperapuan acesa.

Uma lua cheia, dela e de certezas,

Um poeta desconhecido,

Contemplava sem fineza

Aquelas ondas pratedas: que beleza!

Entrava na água salgada

Pensando na vida que levava.

Meio bêbado se perguntava:

Se dias melhores, por ele esperava?

As prateadas e mansas ondas

Que no seu peito quebrava,

Parecia um anúncio

De que tudo mudava

Taperapuan já sabia, ele nem imaginava.

Aquela imensa lua cheia

Que do horizonte se erguia

Dizia ao poeta, em pleno céu da Bahia:

Essas prateadas ondas,

Que seu peito desafia,

São presentes de São Jorge,

Que te darão tanta alegria,

Que nem em mil vidas,

Tu pensavas que existia.

Agradeci a lua cheia pelo espetáculo

Que havia assistido.

Contemplei uma última vez

Toda prata que Taperapuan me oferecia

Numa certeza de todo ser,

Que jamais na minha vida,

Algo de mais bonito eu veria.

Mas quando em seus olhos entrei,

Essa noite me ficou sem magia.

Renann Calazans
Enviado por Renann Calazans em 31/03/2021
Código do texto: T7220605
Classificação de conteúdo: seguro