Sustenido, violoncelo e gozo
Rosáceas nuvens
Conchinhas do mar
Pairam colorindo o céu
Roncam a cada pisar
Castelos de areia na beira do mar
Sonhos de arrais a desmoronar
Sereia bonita a nos encantar
Em cantos doces nos conduz ao mar
Sereia doce Iara do mar
Menina doce de doce cantar
Harpa que soa em sustenido
Hipnose que ressoa em bemol
Sobe uma oitava seu gemido
Lépido antes do nascer do sol
Leva sementes dos homens
Fecunda de frutos ao mar
O homem que adormece incauto
Nesse ventre fecundo e quente
Certamente não irá acordar
Viverá a utopia da água
Vagará sob a luz do luar
A realidade é um sonho
E o sonho é eterno penar
Clave de sol clave de dó
Notas dissonantes na escala da dor
Que há no prazer da sereia buscar
Conchinhas barulhentas oriundas do mar
Peixinhos coloridos da beira do mar
Roncadores que flertam sob a luz do luar
Entranhas expostas nas notas do cello
Visceral melodia que desagua no mar
Canto de ossanha sereia nua
Acordes harmônicos na partitura
Silêncio absoluto para gozar