Boa tarde
Boa tarde, Rosa! Como vai?
O entardecer bate em cheio na cortina.
Boa tarde, Rosa! Finda a tarde... Finda a tarde...
Não me devores assim com teus olhos, encostando-me em teu seio.
Bao tarde... E tu dizes - boa tarde,
Não me digas assim com esse sussurrar macio...
Não me digas assim abrindo ainda mais teu decote,
Onde posso sentir o hálito quente dos teus contornos.
Rosa, veja! Ponha a mão e sinta... O pulsar da paixão em meu peito,
Já a noite rumoreja o acorde de tua pele na minha.
Tu dizes que é mentira... Eu falo, é verdade
Quem acalma é a tua voz, divina.
Se a lua começa a derramar os primeiros raios
Pela janela do quarto, derrama sobre a seda da cama já aquecida,
Me esquecendo do dia, não lembrarei do amanhecer.
É noite ainda em teus cabelos.
É noite ainda! Brilha e veslumbra a loungerir em teu corpo
Na seda da cama o teu busto nu,
Revelando o globo de teu peito.
Entre suspiro e olhar de vida, amor e paz.
Pra que dormir? Se acordados podemos esquecer a vida lá fora,
Esqueçamos o dia que vem, sintamos o perfume das flores
Em nosso delírio,
Fechemos sobre nós estas cortinas...
E os Arcanjos e Serafins abrirão asas de amor sobre nós.
A penumbra luz da lua pela fresta da janela,
Lambe voluptuosa os teus contornos,
Deixa-me ainda mais, apertar teu peito em meu corpo,
E sentir o afago de teus lábios mornos.
Mulher que vive em mim, revitaliza-me ao sopro de teus beijos,
Eterniza esta noite no tempo,
Com as teclas de teus seios que harmonia,
Cantando nas tuas chamas bebo a existência atento!
Rosa! Rosa! É noite ainda.
Não importa o amanhecer lá fora.
Apenas ria, suspire, abrace-me...
A vida é nossa - e a noite não finda.
A vida é nossa! Reinventemos o momento ao grito de gozo,
Mostrando-me a tua coxa, não me deixes sair Rosa.
O prazer vive a cada gesto, gemido e grito,
Na alegria de ser homem e mulher no divino ato de amar.
Como um negro e sombrio firmamento,
Sobre mim desenrola teu cabelo
E deixa-me dormir balbuciando:
Boa noite! Formosa Rosa.