Todas as mães
Todas as mães têm coração caseado onde moram os botões em linha e fé.
Todas as mães têm asas camufladas nos recortes de trás de suas blusas dos dias.
Todas as mães têm cuidado nos bolsos da frente e de trás dos olhos e alma.
Todas as mães têm fazendas de flores e perfumes em colares durante seu sono.
Todas as mães têm pontes que desatam os cabelos dos tempos atados das crias.
Todas as mães têm caramelos nas golas das tardes felizes de sol e borboletas.
Todas as mães têm algodão doce à mostra nos sorrisos brancos; cumpridos ou curtos.
Todas as mães têm chocolate quente a gosto nas manhãs frias das aflições dos filhos.
Todas as mães têm vestidos coloridos de abraços marshmallow sem data e hora.
Todas as mães têm pétalas no agasalho do colo que é aconchego macio da noite.
Todas as mães têm pirulitos de uva nos punhos dos momentos abatidos dos frutos.
Todas as mães têm Maria mole em jogo de cintura na velocidade da atenção.
Todas as mães têm guardado na manga: saídas de confetes pelas madrugadas.
Todas as mães têm carinho que calça e bota à frente de tudo e que não saia.
Todas as mães têm um decote que mostra seu amor ainda com os fechos da vida.
Todas as mães têm ancorado no cós chicles grudentos por todo sempre o umbilical.
Todas as mães têm agulhas que as ferem, ainda assim costura a dor do seu parto.
Uberlândia MG