MIL ANOS POR ELA

Saqueai-me agora vai ! Aí de ti

Que não lembres nossos tempos.

Empalidece-me só de lembrar

Passando mil anos em contra-ventos.

Por todos costados que procuro-te encontrar.

Encanto-me ao pronunciar

Todo dia teu nome em qualquer lugar

Que me encontre, mesmo quando sozinho

Quando o sol raia nas minhas manhãs, no andar

Olho nos teus olhos sinto a melodia do jeitinho.

Teu coração me arrepia de paixão

Quem me dera rever-te em amor

Nada valeu nossa era ?

Lavando o rosto pela manhã no olor

Descobri novecentos anos nesta primavera.

Antevi no ontem, quantos anos se passaram.

Quantas ansiedades em estar contigo

O mundo ...O que tinha de bom, maldades ?

Me dou conta: covil de feras rondeiam amigos

Que me queira ajudar neste tempo com lealdade.

Reparo... Oitocentos anos. ... que fiz ?

Cadê a alegria d’um bem viver,

D’um bem querer em nome dela.

A meninice, cadê ? Se fiquei de trazer

E carregar o amor pra ela.

Minha sina é viver sem ela !

E nisto não existe saber no sorrir,

Passou uma nuvem de vergonha pela mente

Passados setecentos anos tenho de ir

Que fiz ? A semana passou, nada de contente.

O tempo que passou estendeu-se novamente,

Água nos lábios, no rosto, para matar

A sede que assou meu paladar, minha vontade

Como se fossem sábios neste espaldar,

Porque não retive o amor em verdade.

Meu ar, seu paladar, que sabedoria é esta ?

Santa ignorância enlameou este saber

Seiscentos anos, ah ! e os tempos ?

Calças curtas, grandes argolas pra eu ver

Ah menino escuta ! Quantos ventos.

Como é gritante esta vergonha que sinto

E tudo isto, por ela, por este amanhecer

Que finda neste coração vázio.

Submeter a insensatez e se acontecer ?

Quanta ignorância pensei ter bem mácio.

Meu paladar de carinho consigo expressar

Nestes quinhentos anos que vi passarem facetas.

Tampouco, lembranças me adiantaram

Pra o coração deleitar adormecido em violetas

Nesta descoberta que o sol existe, retrucaram.

O sol está brilhante neste início de tarde

Poderia encontrar meu anjo dourado

Agora que ruem meus pecados.

Senhor, fazei-me um pouco melhor e consolado

Assim avalio esta ânsia louca, meu amor passado.

No fundo nada sei da tua geração

Quanto mais da minha, escuta !

Quatrocentos anos da tardinha ao final

Padeço por continuar só - transmuta

A mim teu ser, a coisa mais certa e casual.

Não consigo por estes momentos

Enxergar tua imagem tão clara e eficácia

E a amiga que se aproxima,

A noite, céu estrelado doloridos feito acácia

Mal guardada no meu peito nesta rima.

Sabes a felicidade, quando estávamos juntos

Perdoa...queria tanto abraçar-te agora

Mesmo longe como neste instante

Justo agora, trezentos anos sem demora

Porque senão ? Haveria separação constante.

Isto, arrebata toda a agonia, formosura

Esperança e loucura que resta na minh’alma.

Quanta alegria, poder te escrever

Melhor seria nest’ hora te ver sã e salva,

Estares comigo, sorrias ... pra quê a mim possas ver.

Confundo em minha mente

E sabemos nós o quanto já clamei

por ti. Me causa repulsa

Lembrar que anos se passaram, como te amei....

Alguém sempre pergunta: e tua vida ? Expulsa ....

Digo-lhe que é mais fácil

Colocar-me no meu grande edilio

Agora que vejo duzentos anos sem amor

Me parecem o ontem neste exilio

O ontem-anterior ao ontem. Amavas com ardor.

Transcorreram as melhores lembranças

Do teu coração, escutes onde estiveres .....

Por onde andares, lembres de mim.....

Neste dia que ora se encerra e promova os seres,

Rogo para que venhas antes do fim.

Venhas antes que passe toda ganância,

Ventania ou mesmo ainda, que se apresente

O covil de feras, venhas.... mesmo imaginária,

Neste interim relembro e enxergo tudo ausente

Passados cem anos de abandono por ti legionária.

Lembres de mim, vai ! Não me deixes

Tão abandonado, agora que sinto a brisa

Do amanhecer tocarem minha mente

Chegados zero anos de tua ausência lisa,

O hoje, o ontem, o agora, este instante presente.

Não sei mais que pedir, que dizer

Fica comigo por agora amor !

Neste momento esqueci de tudo apático

De quanto tempo estás longe de mim em dor

Não importa ! Venhas ! Novamente estou estático.

Saberei que preciso para isto

Nem que seja necessário recordar

Que são passados mil anos desigual

Por ti, venhas ! Preciso te dar

Carinho, afetividade e amor sentimental.

tabayara sol e sul
Enviado por tabayara sol e sul em 03/11/2007
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