Dengo!

Aqui em meu reduto de paz!

Aqui em meu cubículo canto de sossego!

Aqui onde jaz muitas dores, amores!

Aqui onde mora e eterniza o saber me perco no não saber!

Aqui onde moro, nesse corpo eternizo e deixo minha marca à posteridade.

Aqui saberão que um dia houve amor em demasia..

Saberão que aqui houve amor maior que esse pobre corpo pode suportar...

Aqui onde me permito viajar o mundo,

conhecer a Lua, Marte, o astral,

estou aqui, ali e acolá...

estou em tudo, pois me permito ser todo lugar,

mesmo que o corpo seja o limite,

a expressão de minhas palavras e

o alcance de minha alma vai além, para além, do além...

e assim como Fernando Pessoa, me torno o cajado, as árvores,

as flores, os pássaros, o rio, ou até mesmo todo o rebanho...

E findo essas frase com o dengo que merecemos...

Nesse aconchego, vagando nesse abraço que apenas o tempo nos permite ter;

o cominho não se finda, nem a lira, nem os versos;

pois todos verso, que seja encantado;

E que em momentos remotos, assim como nas estrelas onde não há ar, encontremos o respiro que nos impulsiona adentrando em nós mesmos.

E assim encontremos a vida

Cristiano Caires
Enviado por Cristiano Caires em 24/03/2021
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