12 Segundos (O Confeiteiro)
Entre os mais vulneráveis?
Não, não sou como as aves…
Das quais ela cortou as asas.
Duvido que eu me deixe,
Ser um dos grandes peixes...
Encalhado em suas águas rasas.
O braço a torcer? Dou um gelo!
Até que ela se encolha, e o pelo…
Num todo se arrepie.
Presa em meus galhos tal folha,
Sua nau não tem escolha...
Não consegue ignorar o píer.
Sou irredutível, dá um close,
Ela então que ouse…
Direi "não!" em bom português.
Tem que contar até o doze,
Verão que não é só pose!
Sou eu quem dita as leis.
Dez? Terá que passar do onze,
Tô nem aí para o seu bronze…
Seu lindo crespo natural.
Para os seus lábios carnudos,
Suas curvas, o seu tudo...
Sua gramática sem plural.
Ah, como fingir indiferença?
Ela é mais bela que Florença…
Sua presença quem não nota?
Eu só tô fazendo doce,
Não precisa contar até doze…
Eu admito outra derrota.
Irredutível? Dá um close,
Ela então que ouse…
"Não!" Inexiste no meu português.
Ter que contar até o doze?
Que nada é tudo pose!
Entregue antes de chegar no três.