Morto de Amor

Hoje eu descobri o que é morrer de amor

Mesmo assim não sei como me matar amorosamente humano

Descobri solenemente ao morrer de amor

A felicidade! Plenitude de meias longas e curtas!

Transbordo o não-transbordável  

Cálices, gritos, falas o que falas, falácias (?)! 

Quão penoso para o tal fenecimento vívido

Sanguinário cordis, pulsante órgão vital

Compondo energia a troco de energia

Ao dedilhar de Bach ao órgão de Weimar

Meu Roma... Romã... Romântico espírito nobre

Regozijais não só a consciência e toda magnitude consciente

Mas tudo àquilo que persiste em ignorar sua real forma

Assassina, aproveitando do "pronto para morrer", perfectus!

Mate-me de amor, com o mais belo carinho!

Sufoque-me com afeto e diga-me por quê, desejo? Por que o desejo?

Desejo tanto que me deseja!

Tanto que me beba, quanto que me engula!

Devore o que for capaz enquanto eu estiver morto!

Pois vivo, como agora, não puderes...

Sacie do meu gozo, gosto e saciedade ao morrer de amor!

Tal prudência sem fórmula, virtude insaciável entre parênteses

Do acaso sublime! 

Otávio M Alves
Enviado por Otávio M Alves em 19/03/2021
Reeditado em 19/03/2021
Código do texto: T7211016
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