Morto de Amor
Hoje eu descobri o que é morrer de amor
Mesmo assim não sei como me matar amorosamente humano
Descobri solenemente ao morrer de amor
A felicidade! Plenitude de meias longas e curtas!
Transbordo o não-transbordável
Cálices, gritos, falas o que falas, falácias (?)!
Quão penoso para o tal fenecimento vívido
Sanguinário cordis, pulsante órgão vital
Compondo energia a troco de energia
Ao dedilhar de Bach ao órgão de Weimar
Meu Roma... Romã... Romântico espírito nobre
Regozijais não só a consciência e toda magnitude consciente
Mas tudo àquilo que persiste em ignorar sua real forma
Assassina, aproveitando do "pronto para morrer", perfectus!
Mate-me de amor, com o mais belo carinho!
Sufoque-me com afeto e diga-me por quê, desejo? Por que o desejo?
Desejo tanto que me deseja!
Tanto que me beba, quanto que me engula!
Devore o que for capaz enquanto eu estiver morto!
Pois vivo, como agora, não puderes...
Sacie do meu gozo, gosto e saciedade ao morrer de amor!
Tal prudência sem fórmula, virtude insaciável entre parênteses
Do acaso sublime!