Corpo de Mulher

Assim deitada, despida,

consentida de um encanto singular.

Observo-te, que é mais que tocar

para sentir nua a tua vida.

Assim deitada e serena

vejo a lua no teu olhar de luar,

e acaricio a tua pele morena,

muito antes da boca a beijar.

Deixo por fim esse pássaro voar

mais alto; muito mais leve…

e deixo a criança em mim gritar

na alegria que nunca antes teve.

E numa copla dançante

funde-se todo o sal (quase divino)

e sou mais que teu amante,

em teu corpo de mulher como um hino.

Vergílio de Sena
Enviado por Vergílio de Sena em 16/03/2021
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