Corpo de Mulher
Assim deitada, despida,
consentida de um encanto singular.
Observo-te, que é mais que tocar
para sentir nua a tua vida.
Assim deitada e serena
vejo a lua no teu olhar de luar,
e acaricio a tua pele morena,
muito antes da boca a beijar.
Deixo por fim esse pássaro voar
mais alto; muito mais leve…
e deixo a criança em mim gritar
na alegria que nunca antes teve.
E numa copla dançante
funde-se todo o sal (quase divino)
e sou mais que teu amante,
em teu corpo de mulher como um hino.