Digo-te: Amo-te
Eu poderia dizer-te que amo-te.
E tudo ficaria exactamente assim.
Mas eu já disse-te que amo-te?
Tudo tem seu princípio e seu fim.
E assim nos deixamos estar.
Sem pressa, na pressa do tempo.
Minha voz em ti se faz escutar,
enquanto eu observo-te num contemplo.
Eu já disse-te que amo-te?
Não importa! Ficamos assim…
Teu coração escutou: amo-te?
Não importa, tudo tem seu princípio e seu fim.
E à mesa logo pela manhã
escutamos um Jazz Bossa Nova;
bebemos nosso café. Na rua toca uma rã
enquanto leio-te poesia e cartas, algo que se prova.
E eu digo-te: amo-te!
Sem princípio e sem fim;
e existe metafísica quando digo-te: Amo-te!
E tudo fica naturalmente assim…
Vergílio de Sena