AS CARTAS

Amor sou

Uma devoradora das tuas cartas

Cada palavra escrita

É uma carícia dada na minha face

As páginas escritas

São o carinho tatuado na minha alma

O meu corpo é desenhado com sílabas doces

Os acentos são pintados no picante dos beijos dados

Cada linha são partículas do meu ser

As letras são a tua ternura dada pelos anos

Mas um dia amor, vou olhar

Para depois mergulhar pela tua pele

Como os morangos banhados no chocolate

A tua respiração já está ofegante, bebes

Água fresca de coco no prelúdio dos beijos

Dados, desejados na loucura da minha boca

Caipirão de licor beirão que fresco e saboroso

E nós fechados neste quarto, que refrescante

O corpo ansioso pelo toque num tal arrepio

Na ponta dos dedos se sente todos sentimentos

Despertados perfumados pelo amor que sentimos

E pela fome que tal um ossobuco de vitela mirandesa

Com um molho especial que nos queima na boca

Para acompanhar um bom vinho do Douro ou do Dão

Olhamos da janela, lá fora chove ouvem-se as gotas

Da chuva a bater na janela, mas nós somos alheios

Ao tempo, somos dois animais selvagens com um apetite

De lobos soltos numa reserva, na serra de fragas, giestas

Olhamos um para o outro e soltamos um sorriso em

Gargalhadas comemoramos já alguns anos de casados

Mas a fome que sentimos um pelo outro é como do

Primeiro ano de casados, o perfume está no ar

Gosto de olhar-te sem saberes, da tua nudez

Dos teus beijos, sussurros tão íntimos que percorria

O meu corpo afinava o meu desejo num beijo

Entre as peras, ao vinho tinto que delicia exótica

Os lábios molhados encontram-se de novo

Num encontro de línguas, no afago dos dedos

Despertando arrepios enquanto a pele alisa-se

Descobrindo nestes toques deliciosos os teus segredos

Jogo ardente e gostoso que envolve o corpo e a mente

O exótico drinque é feito com kiwi, maçã, gengibre

Mel e vodka Smirnoff que delicia, está tanto calor

Num dia de chuva feito de versos de sedução

Num fluído doce, molham o nosso poema de paixão

Petit gâteau de queijo da Serra da Estrela

Despertam doces desejos em fantasias

Derramando amor em poesia, num dia quente

Dentro de um quarto de uma casa de campo, na serra

Lá para os lados da nossa casa, que delicia

Sermos selvagens como os lobos, amando-se em liberdade

Pensamentos sem malícias em cartas que te escrevo

Que ouso chamar apenas de delícias letras de ti.

Isabel Morais Ribeiro Fonseca
Enviado por Isabel Morais Ribeiro Fonseca em 15/03/2021
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