Interseção

Ela me ouve, me acolhe, às vezes me abraça e beija de graça ou sem graça; não me entende..., mas nem precisa..., vejamos:

Lindos cabelos, olhos vivos de quem sabe a que veio. Uma certeza invejável, um gozo tão próprio da vida..., a parecer aquela “pequena”, de Pessoa, saboreando seu chocolate em “Tabacaria”.

Uma inocência e perfume tão próprios... Sinto que devo tanto a ela..., vejo o dia, vejo a noite, a presença de um é a ausência do outro...

Farei eu assim (a)pagar quem tanto me agrada?

Não. Sou noite, ela é dia.

Começamos tão novos, raízes tão rasas... Descobridores da vida, das sensações, das emoções ignoradas ou rejeitadas por quem começa mais tarde, pelo simples fato de não ter a graça de ver que era farsa..., que era farsa, mentira de graça, que o amor não se disfarça...

Oh..., minha Pequena, ensinemos a eles que o amor se disfarça..., se disfarça no beijo, se disfarça no abraço, se disfarça no laço, no entrelaço do dia e da noite.

Lambuza-se, que te olho e depois te beijo...

Ipatinga, 14 de março de 2021.

Anderson Aquiles
Enviado por Anderson Aquiles em 14/03/2021
Reeditado em 16/12/2021
Código do texto: T7207036
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