DEVASSIDÃO
Em teu olhar,
Em teu sorriso,
Em tua ânsia de amar
Eu descobri o paraíso
E tive medo
De nunca mais voltar.
Medo que anseia
Uma paixão devassa
Como fogo que incendeia
Por onde passa,
Causando tumulto,
Pedindo trégua,
Abrindo os braços
Àquele que os nega.
Paixão assim eu vivi
Um dia, por um momento,
Quando te olhei,
Quando sorri,
Quando acenei
Para o vento.
Paixão amarga, que dor
De haver-te encontrado
Em sonhos de amor.
De haver-te perdido
De tanto buscar-te
E assim sofrido
De tanto amar-te.
O amor, hoje sei,
Nada mais é que um sonho,
Um sonho que chorei
N’alma o que componho.
Mas se sonho sei que vivo,
E se vivo sei que sonho,
Sei que busco encontrar
A ilusão e a dor
De saber amar.