VAINATEYA
Ela se foi num voo suave
como ave deixando o ninho
numa tarde amena
fazendo em mim um vazio
sem fim!
Suas asas eram liberdade
a se esvoaçarem pelo céu
quando o vento a tomou
nos braços hercúleos
envolvendo-a como amante
e minha doce avezinha
plainou no espaço,
assim desconhecido
e seguiu sem mim, adiante!
Juntei os gravetos de nosso ninho
molhando-os com lágrimas
que de meus olhos brotaram
e olhando o infinito clamei aos céus
o perdão por tê-la deixado ir!
Sempre fora ela a minha prece de paz,
o meu ajoelhar nas noites tristes,
o meu canto de amor ao mundo
e a minha certeza do amanhã,
mas ela se foi deixando
na lembrança, constrito,
suas asas de um branco loquaz
e o som do voo batido!
Eugênia L.Gaio