ORGASMO LITERÁRIO

Sou deveras um profundo e ardente admirador das artes.

A arte do canto, a arte da interpretação, do teatro,

da mímica, da oratória.

A arte de moldar o barro, de pintar a vida, de tecer as cousas.

A arte do instrumentista é fenomenal.

Mas a arte que mais delicio é a arte da escrita.

Frases bem formadas, a concatenação perfeita de ideias,

palavras inseridas de forma a não lhe faltar qualquer espaço ou significado.

Isso, sem dúvida alguma, é o ápice da perfeição.

Observem Euclides:

“O sertanejo é, antes de tudo, um forte.

Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral.

A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista, revela o contrário.

Falta-lhe a plástica impecável, o desempeno, a estrutura corretíssima

das organizações atléticas”.

REMI
Enviado por REMI em 08/03/2021
Reeditado em 22/11/2023
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