Eterna Recorrência
Nascemos nos corações das estrelas,
E existimos por todas elas,
No eterno cintilar de um momento,
Desde a aurora do tempo.
Nas muitas cores da luz viajamos,
Caminhamos direções impossíveis,
Por caminhos indescritíveis,
Nos ofuscamos, nos perdemos, nos encontramos.
Será por acaso o encontro inefável?
De cada ínfima partícula de nós dois,
De cada minúscula parte, indecifrável,
Entrelaçados, o antes e o depois?
E das impossíveis trajetórias, irracionais,
Incompletas e complexas, partes desiguais,
Emergem regularmente das irregularidades,
A magnífica conexão de nossas particularidades.
Incoerentes, pois somos duas metades,
Contidos em incomensuráveis verdades,
Ante o eterno e o infinito do universo,
Pois somos um do outro, o verso e o inverso.
E pelas incontáveis encruzilhadas a transpor,
Você e eu amamos a imperfeição, inerente,
Infinitamente, entre cada metade e cada totalidade,
Em nossa eterna recorrência recorrente, o amor.