Dono do tempo
Vi a luz acesa
quando olhaste pra mim
e em teu mundo viajei...
quis sentir teu mel, te desembrulhar
sonhei te provar qual doce alfenim...
devaneei o céu sem me importar
com fins deletérios d'infernos e afins...
quis remar em teu mar de tantos mistérios,
quis te desbravar, ter a vida em flor...
tive o teu sorriso a rimar com o meu,
depois o meu corpo confessando a ti;
senti frio e ardor, extremo, apogeu
vi jorrar em teus olhos floridos jardins...
quis cada segundo ser do coração
quis toda emoção (e pude sentir)...
me entreguei por todo, chorei e sorri
fiz viver manhãs noutros pensamentos,
vivi o portento, fui todo paixão,
fui dono do tempo que me dei pra ti...
Recife, 02 de abril de 2017