Tonto tanto!
Que podes mais esperar que aconteça para que acordes
Despertas!
Vejas!
Percebas!
Dize-me: Que falta para que acordes pra mim?
Dormes!
Teu sono te faz cego,
Tonto tanto!
Que falta em ti para que acordes?
O pranto que derramamos não basta?
As caminhadas que atravessamos em busca um do outro,
Foi finda em tua mente?
Cego!
Tonto!
Por onde escondestes a luz do meu olhar, a velar por ti?
Em que planeta ficas agora?
Percorres para os lados, em hemisférios distantes sem mim
Fazes o que sem mim?
Diz-me!
Fazes o que sem nós?
Digas para que eu ouça tua voz
Rouca, macia
Música em meu ouvir
Digas!
Por onde estão nossas conversas de prazer e ternura?
Em que compartimento de ti coube todo meu corpo febril de amor?
O teu corpo a me precisar, escondes de que forma?
Bobo! Tolo!
Que és então?
Vês e não percebes.
Ouves a minha fala e ensurdece.
Sabes e silencias.
Como te chamar
Se minha alma levas em tua ausência?
Que devo te dizer então
Para que não me deixes?
Louco! És louco então?
Deixar tua alma partir.
Deixar que teu amor se vá.
Detenha-me!
Que prisão estás agora sem mim
Louco! Detenha-me!
Cansei de ver-te em raiz,
Imóvel.
Sem coragem de me deixar
Com desejo de me ter no sempre
Mas com medo do nosso instante agora.
Sim!
Tens saudades nossas todo tempo
Tens amor para nós eternamente
Digas então: Como podes nos deixar?
Louco! Cego! Tonto!
Como fazes teu viver sem mim?