A memória é de fato uma inimiga

Você me pintou com o castanho dos teus olhos,

me ninou com o calor dos teus (a)braços,

me beijou a nuca com os arrepios dos teus lábios,

como se eu fosse tua.

Você me ergueu nos braços como se eu fosse leve,

me levou como se eu pertencesse a você,

mas você não me perguntou se eu queria

ir.

Um dia você foi embora,

e eu não entendi o porquê e nem vi como,

quando,

você apenas se foi,

como se eu não fosse nada,

como se eu conhecesse os caminhos de volta para mim.

Eu não soube voltar

e você estava mais presente do que quando estava aqui.

Você se pintou em mim,

e eu esqueci que eu era,

e sempre fui,

MINHA.

Taciane Ienk
Enviado por Taciane Ienk em 01/03/2021
Código do texto: T7196220
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