terapia

Certa feita acordei cansado

Os sonhos tinham me derrotado

Fui para a cozinha apressado

Tomei logo um café amargado

Para clarear meu dia

Com a xícara na mão, fiquei admirando

E ao mesmo tempo ia imaginando

Todos os agricultores plantando

E mais tarde torrando

As pequenas sementinhas de café

Minha imaginação fez questão de remeter

Que o mesmo processo veio acontecer

Dentro do meu coração

Lá, a semente foi plantada

E, por descuido, fora maltratada

Não pode vingar

Desde então não semeio nada

Minhas terras foram devastadas

Quando meus olhos viram você partir

Depois desse momento de letargia

Veio logo uma alegria

Derrubando minha agonia

Que, naquele momento, me entristecia

Então, olhei a xícara que trazia

E perguntei: “quem precisa de terapia

Quando se tem um café na mão?”