Lanho
Como olhar em teus olhos
Se já sabes o que revela os meus
Que água em meus lábios
E reboa meu ser
Como o amor pode ser cruel
Não vou lhes contar
Do rasgo no peito
Dos calafrios e dos arrepios
Dos devaneios febris
Das noites não dormidas
Das imagens
E das paisagens que criei!
Que desejo não lembrar
Mas ainda sinto!
Que é difícil desistir dos versos !
Que revelam meu deserto!
Que tudo lembra
Quando se quer esquecer!
O que ainda sinto
Neste meu adoecer!