Senhora

Gosto das tuas rugas,

que recebem minhas fugas

quando do mundo quero fugir.

Fico nas tuas dobras,

espaço teu que me sobra

e de onde não quero sair.

Gosto da tua velhice,

essa mistura de meiguice,

de encanto e puro amor.

Respiro das tuas idades

sentidas hoje em verdades,

em alegrias ou em dor.

Gosto de ti, minha senhora

quando chegas nessas horas,

livrando-me de tantas dores.

Que sem a tua presença,

aleijado de nascença;

faltam-me sons, fogem-me cores !

Riva
Enviado por Riva em 01/11/2007
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