BICHINHO DA NOITE

Escondeu-me dos teus olhos,
verdadeira escrava do ser livre.
afastou-me dos teus abraços,
do calor noturno,
desprendeu-me dos seus laços,
segredos profundos!

Riu-se das fantasias inimagináveis,
perturbadores dos teus sonhos.
Pensamentos devastadores!
Recolheu-se ao seu mundo,
como dormideira rastejante,
encolheu adormecida,
veio um facho de luz uma tênue brisa!

Despretensiosa às vezes tola,
gananciosa dos seus próprios desejos.
é a metade única da outra verdadeira,
nunca se deu por completa, inteira!

Não se arrisca a mente fraqueja,
como a louca que a si própria beija.
Espreita! Escondida deita!
Razão sem emoçãoo culta a vida,
vida com preço da própria vida!

Deixa-me invadir os teus recantos
explícitos,
Lavar em tuas lágrimas os sentimentos
frígidos,
galgar tamanha desventura,
como correnteza dos ventos,
transparente, fria e nua!

Encobrir-se de véu apaixonada dama,
saciar a sede obscura da intimidade,
suavizar sua pele com toques delicados,
amarrarem tuas tranças no dorso
de um cavalo.

Que a vergonha não nos deixe
despidos.
Que a água banha do alto
da cabeça a flor do teu umbigo.
Que o mar devolve as estrelas
ao teu leito,
como pureza de uma criança
De peito.

Idolatrada o tempo passa
Sozinho,
Como a trilha estreita são
Os teus caminhos,
lambuza-me todo com palavras
desengonçadas,
Bichinho da noite! Graciosa namorada!

É o meu quadrado cantinho torto,
retrato do passado enrustido
nas lembranças.
bocas que se beijam contemplando
a melodrama,
há somente um espaço entre mim e
você: a cama!



























 
Celso Custódio
Enviado por Celso Custódio em 19/02/2021
Reeditado em 19/02/2021
Código do texto: T7188575
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