Surpresa, Baiana.

Havia tempo que não conversava assim,

Confesso que estou entusiasmado.

A vida pode sempre sorrir um cadim.

Mas esquece a expectativa, ficarei calado.

Tinha muito tempo mesmo,

Tempo que não tinha uma conversa tão boa.

Depois de caminhar a esmo.

Sem poder ser eu mesmo.

Tinha tempo que eu não escrevia assim.

Não sei o que está por vir.

Escrevo para me alertar e segurar as ondas,

o que me resta é o devir.

O perigo é que não converso com ninguém,

ninguém mesmo, baiana.

Apenas, só e apenas com tu.

Mas esse risco é alto.

O apego leva ao ciúme,

o ciúme leva ao medo,

e o medo de perder,

leva a morte. Assim diria Yoda.

Estou tentando barrar este caminhão de expectativas,

com uma leve brisa de maturidade.

Mas está difícil, até de amendoim você gosta.

Nem acreditava nisso, não nessa idade.

Do emaranhado negro que escorre por seus ombros,

ao brilho do castanho de teus olhos,

Eu penso e reflito,

Eu deveria ir devagar.

Já vou reservar o dinheiro,

caso parta, como um pássaro livre pode fazer.

Terei escrito e me preparado

Mas beberei, sei que irei beber.

Por esse broto de paixão que foi regado em mim,

Por essa risada que mesmo distante me cativou,

Por essa vontade pujante que tenho de ter o seu desejo e por fim,

por esse prazer que é brevemente lhe conhecer.

___________________________________________________

Nota: Não tive coragem de enviar isto para ela. Medo de ter criado muita expectativa, me frustrar e avançar de tal forma que só me reste o muro como freio. Aguardarei, caso me decepcione, não me antecipei a dor e pude desfrutar e criar boas memórias dessa experiência.