AMOR NA PANDEMIA

Ela, que mora em meu coração,

Saiu num breve momento

Não sei se foi tomar a vacina

Ou se ao carnaval que não houve.

Marcou uma festa, um evento

Na quarta feira de cinzas

Deste ano tão verde como a couve.

Disseram que ela, meiga, desfila

De máscara e exalando álcool

Não quer se encostar em ninguém

Só quando estiver imunizada.

Quando eu quis cumprimentá-la

Ela correspondeu com um murro

Foi a última vez que a toquei

Essa pandemia está barra pesada!

Mas eu saio à procura dela

Numa triste fila de vacina

Ou numa aglomeração de folia

O que era para ser quarentena

Já se tornou uma trezentena!

E eu nem sei como ela está

Meu coração reclama noite e dia.

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Salvador-BA, 17/02/2021.

Alorof
Enviado por Alorof em 17/02/2021
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