Valsa Perdida
Eu posso sorrir, eu posso chorar
E nenhum arrependimento haverá
Desde que eu possa teus olhos mirar
E assim lhe enxergar a alma
Desde que eu possa teus lábios tocar
E assim lhe preencher a falta
Com o perfeito encaixe
Na fresta dos lábios meus.
E que tu fiques leve
E te sintas mui alegre,
Mesmo que de forma breve,
Com esse incrível inacreditável
Que ainda assim se faz palpável
Mas se dissolve de forma fugaz
Sob o peso da irrealidade,
Do juízo da mediocridade
E do escrutínio surreal d'olhar
Que não vê nenhuma intimidade.
Com o badalar das doze horas
Quem sorriu agora chora
Pois a carruagem já virou abóbora
E o príncipe é só mais um pagão
Que se perde entre seus irmãos
E que corre pra não parecer.
Mas tu me disseste, no último momento
Ante toda aquela estupidez
Que esse não precisa ser
O fim do "Era uma vez..."
paquidermeletrado.blogspot.com/