Cortejo Fúnebre (A Noiva Morta!)
Óh morte! Por que levastes minha amada?
Por acaso tivestes inveja de tua beleza
E para se vingar derrama tristeza
Levando minha dama apaixonada!
Com o perfume da morte foi embalsamada
Escapar dos braços da morte, eu tive a proeza
Quebrei as regras da própria natureza
Óh morte! Que se vinga levando minha amada!
O amor dado pela vida é uma dádiva
Pois, o amor é forte como a morte
Em Cânticos de Salomão – A sorte
Do casal não está em deixar o amor à deriva
Mas em manter sempre a fé em Deus viva
Pois quem está com Deus, seu caminhar é forte
Não há barreiras e não se teme a morte
Morte que levas minha amada vestida de noiva
Lanço-te uma rosa branca, tão pura
Pura como a neve de sua pele branca
Da natureza recebestes a beleza como herança
De teus beijos de amor senti a doçura
Tanto amor, carinho e ternura
Como foi belo o nosso amor, qual dança
Dos apaixonados a viverem de esperança
Esperança que morreu de forma tão obscura
Para ti canto hinos à inocência
De uma donzela que se foi, tão ingênua
Minha dor tão grande não será atenua
Por ter contrariado a morte, cumprirei penitência
A morte quando se vinga é sem clemência
Eras uma rosa branca, tão pura e nua
Despida de espinhos e cândida como a lua
Lá se vai uma vida que ainda florescia
Lanço-te uma rosa vermelha, da paixão
Do amor que sinto em meu coração, ardente
Vermelho como teus lábios sorridentes
Quando sorriam com respeito e admiração
Provei da doçura de teus lábios, minha inspiração
Minha loucura e meu amor ascendente
Voam até o céu de forma veemente
Tentar regressar a donzela que dorme num caixão
E se meu amor se expandisse ao infinito, Noelle Lira
Será que nem mesmo assim acalmaria meus anseios?
Nem assim poderia trazê-la de volta a vida, meus devaneios
Perturbam minha alma, a morte me persegue e tira
Minha esperança, só não tira minha vida, jamais vira
Tamanha crueldade, me causa calafrios, arrepios
Ver a morte, lentamente, tirando a vida em teus seios
E morrendo, lembro-me que o amor não se ira
Lanço-te uma rosa negra, a tristeza
Invade meu coração por esta separação
Desejo que o adeus não seja eterno, oração
Peço ao criador com humildade e gentileza
Guarde a alma de Noelle Lira, pois tua nobreza
E tua bondade ultrapassa as gerações
E nem com mil agradecimentos, hinos e canções
Poderiam pagar o amor de Vossa Alteza
Aquela que acalma com sua melodia, conforta
A escuridão do meu coração de vampiro
Que por desejos profundos suspiro
De tua pele corada, airosa, de sangue, absorta
Manchado por uma maldição, meu coração me exorta
Ouvir as batidas de teu coração, aspiro
Morto ou vivo, não importa, morri junto contigo, expiro
Neste cortejo fúnebre à minha noiva morta!