Ribeira

A beira deste flume, onde tudo devia ser curso

Pairo sob nuvens que ameaçam tempestade

Nuvens do amor não vivido dos anseios contidos!

Rio que não flui, água turva de correnteza serena

Feito louças de ribeira que se perdem na água, envoltos de areias.

Num instante tudo para, o rio, o ar, as aves a correnteza e as nuvens.

E assistem o doce sorriso de tê-lo em meu semblante

Saudades, torrentes de meu peito!

Mira que conforta o riso, lua espelhada ao mar

Como quem busca algo perdido nas profundezas deste leito.

Um vago brilho que se esparrama em busca de aconchego!

Saudades que o semblante não esconde

Dor na alma aprisionada que com nada passa que nada sara, como um canto triste de uma coruja antes da alvorada!

Mais que um clamor, olho para a campina onde o sol se deita e meu peito é preenchido por uma tristeza que nasce uma certeza, de que há coisas que não voltam atrás.

Saudades turbilhão de emoções que se extravasam e brotam nos olhos tristes da doce ave que outrora rapina.

Massueta
Enviado por Massueta em 12/02/2021
Código do texto: T7182510
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