“ AQUI “

“AQUI “

Sinto cheiro de saudade

e sabor de amor nas

tardes onde a pena

traz consigo o que

canta meu peito amigo

devaneio veraneio sumo

mundo a fora aos gritos

choro sofro gemo aflito

sem ter hora ou encontro

e fico fito lento ouvido

atento à espera de teu

som sinto vento sem

que o seu frescor alento

traga ao meu coração

Ver-te ir sem que este

beijo fique aqui em meus

em lábios e façam se perder

entre os sussurros de tuas

falas soa-me com uma

ordem de silêncio a perguntar

por que tu falas

Longe assim não te ouvirá

de tua fala a força se esvairá

até que exaurido te veja em

seu retorno sem que aos teus

lábios voltem estas palavras

por estorno para então de ti

se encantar

Gurda-te de que se percam de

tua alma os sentimentos que

agora a contento queres tanto

expressar e em tua pauta a

pena em punho ponha tudo em

seu lugar guarde tudo em teus

segredos letra a letra pra que

os beijos sejam teus e o adeus

esqueças em seus braços

ao voltar

Outrossim quando ou largo

passo no horizonte de teus

traços vejo-te vir para os

meus braços bate ao peito

forte e de que jeito ou sorte

diferente faria se daqui de

meu frio sul te vejo quente

vindo ao norte

podendo novamente fitar

naquela mesma paisagem

que de mim subtraíra tua

imagem te ter como perfeita

tela linda personagem de

minha estória esta minha

índia bela dona que me furta

os sentidos e o sono sempre

viva ao visgo viço da memória

Aqui em meu peito em mim

e em nenhum outro patamar

vejo um nicho cômodo ou

algum distinto lugar quer

em alqueires quer pequeno

sob seguro aquecido teto ou

ao luar e seu encantador e

de frescor sereno aqui te

convido e abro as portas

de minha choupana de minha

oca meu iglu teu esteio e toca

onde tocas a transformar

tudo em mim tudo em volta

ao me permitir te amar

Aqui te desejei ter para tua

morada transformei meu ser

e hoje vivo em festa por não

mais sermos dois mas agora

apenas um e de amor assim

viver

“ AQUI “

Tito Trugilho, 11 de fevereiro de 2021.