Noite Sombria

Aqui a loucura não morreu

Não se mata a ausência de vida

Certa que se infunde à prometida

Certa que é a única saída

Que nunca se perdeu

É aqui que é a fonte das palavras

E mesmo as frases cansadas

As que usam muletas

Soam como cobras pretas que nos ventos

Dão botes violentos

Sobre a minha caneta

Aqui que os gritos são surdos

Envoltos em nuvens de medonhos sonhos

De almas penadas

E possuídas por demônios

Em celas escuras mal-assombradas

E é aqui que fico

Sentado sem ter como ver a rua

O coração desacreditamente aflito

E apesar do frio da noite

Meu corpo sua

Olho no relógio de pulso

É quase cinco

Mais duas horas e eu verei o teu sorriso

Levanto-me tomo um copo de chá

E volto a sentar

No limbo deste recinto.

alexandre montalvan
Enviado por alexandre montalvan em 02/02/2021
Código do texto: T7174799
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