OLHO-TE
(Sócrates Di Lima)
Amanheço,
como toda a vida amanhece,
No espelho me recomheço,
Imagem que não me esquece.
Lembro-me de ti
A saudade da um toque,
Olho-te ai,
Ora distante, um choque!
Olho-te ao longe meu bem,
como quem olha ao longe o mar,
E a maresia roça a tez deste alguém,
Fazendo o coração bater sem o olhar derramar.
Olho-te em mim..
Vejo-te num semblante,
Tudo parece assim,
Um pouco distante.
Vi o teu sorriso,
Numa timidez transparente,
Leve feito a brisa como aviso,
Que a saudade faz o que a gente sente.
Olho-te distante,
Mas não tenho asas para voar,
A distancia é irrelevante,
Mas faz as delicias imaginar.
Olho-te como uma silhueta nua...
Porque olhando-te meus desejos queimam...
Minha mente desenha a imagem tua,
Sobre uma cama, onde nela nossos corpos se amam.
Olho-te no pensamento,
E a imaginação te desnuda,
Vejo teus seios, teu corpo num breve momento,
numa imagem nua e deveras muda.
E assim o dia se levanta,
Segue no destino a esperar-te,
E se vier, meu querer se agiganta,
Então por isto, não me canso de olhar-te.